sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Auto-expressão e Criatividade

AUTO-EXPRESSÃO E CRIATIVIDADE

Embora a maioria de nós passe o dia todo “expressando-se”, oralmente ou pela escrita, pouco do que dizemos tem relação com os impulsos mais profundos de nossa alma. Em geral, usamos as palavras de forma descuidada, sem perceber que cada uma delas tem uma energia própria e que sempre atinge um alvo.
Os índios nativos dos Estados Unidos dizem: “Escolha suas palavras com cuidado, pois através delas você cria sua realidade”. Mesmo quando sabemos o que queremos dizer, muitas vezes modificamos nossos pensamentos para satisfazer os outros, preferindo nos conformar ao condicionamento tribal a expressar nossa voz interior. Por esse motivo, há muito tempo existe o costume de manter diários para registrar os pensamentos íntimos e, nos últimos anos, um número cada vez maior de pessoas está optando por pagar alguém, como um psicoterapeuta, para ouvi-las sem fazer interrupções ou juízos de valor, nem tentar mudá-las.
O que gostaria de dizer se soubesse que não seria julgado ou interrompido? Que parte sua ainda está à espera para se manifestar?

O PODER DO CORPO MENTAL
Através do Chacra da Garganta, o corpo mental se revela, contribuindo com a lógica, a análise, a razão e a compreensão para o que parece ser um mundo de confusão, irracionalidade emocional e sonhos nebulosos. Proporciona um foco para nossos pensamentos, oferecendo sistemas organizadores através dos quais podemos encontrar ordem em momentos de caos.
Por exemplo: Quando uma idéia intuitiva está chegando à consciência, é o chacra da garganta que transforma a impressão numa forma ou estrutura que pode ser reproduzida e depois manifesta. Trabalhando na direção oposta, a resposta a um ato nosso pode ser registrada como um sentimento ou sensação que depois é convertido pelo chacra da garganta em razão, por meio da criação de sistemas de crença que dizem: “Sinto-me bem e, por isso, acredito que minhas idéias serão bem recebidas”.
Todo(a) empresário(a) deve construir seu êxito repetindo esse modelo, disposto a fazer ajustes secundários quando a resposta é menos favorável e só voltando à fonte da idéia, a intuição, quando o sucesso do produto já é ponto pacífico. O mesmo acontece com nossa vida, onde repetimos padrões de comportamento construídos a partir de sistemas de crenças que foram edificados sobre as experiências e informações do passado, adquiridas com aqueles que conhecemos.
Mesmo que se continue produzindo algo defeituoso, nossa capacidade de nos manter alertas em relação às discrepâncias foi comprometida pela repetição de histórias que nos lembram: “É assim que as coisas são”. Sem contato com nossa intuição e sem o dom do discernimento, continuamos sendo levados por tipos de pensamento que não funcionam mais para nós.
Os sistemas de crenças estruturam nosso mundo e podem ser pessoais (“Acredito que sou atraente”), ou globais (“O mundo é um belo lugar para se viver”). Armados com esse conhecimento, podemos processar todas as nossas experiências, tanto para reforçar a crença quanto para mudá-la, se necessário. Mas os sistemas de crenças mais difíceis de reconhecer e transformar são aqueles baseados em mensagens negativas que nos oferecem um tipo estranho de segurança, onde a influência da alma fica limitada.
Quando a mensagem interior diz, por exemplo: “Nunca serei grande coisa”, ela não ajuda muito a promover a motivação, assim como “O mundo me persegue”, também não. E quanto mais pensamos nessas coisas, mais a mensagem é reforçada por nossas experiências no mundo externo, que nos levam a dizer: “Eu bem que avisei!”.
Os pensamentos ruins criam nossa percepção da realidade.
Essa frase lembra-nos que mesmo quando há outras facetas numa experiência, só vemos o que queremos ver porque precisamos manter a ilusão da segurança. E por que nos apegamos a algo tão destrutivo para a alma? Principalmente porque tememos as mudanças e nossa amnésia tribal nos impede de lembrar que existe uma outra maneira de viver. Mas, felizmente, nada se mantém estático e quanto mais cedo desistirmos de uma crença redundante e nos dermos permissão para nos empolgar com a perspectiva de uma nova identidade, tanto antes teremos um sentimento de realização e paz interior.

A CORAGEM DE MUDAR
O chacra da garganta é o centro da mudança e da transformação. Em termos físicos, a glândula tireóide, que se situa nessa área, produz o hormônio tiroxina. Esse mesmo hormônio é encontrado em girinos e acham que é o catalisador que provoca as metamorfoses do minúsculo peixinho em rã. Quando esse hormônio é removido, o girino só aumenta de tamanho e não consegue se transformar numa rã adulta. Mas, se for acrescentada tiroxina extra num estágio inicial, a larva logo se transforma num anfíbio e, com toda a probabilidade, não vai sobreviver por causa da sua imaturidade. Essa é a capacidade do chacra da garganta: não traz só mudanças, provoca verdadeiras metamorfoses: uma transformação completa do caráter.
Não é de surpreender que a gente se apegue a velhos padrões de comportamento, pois a mudança questiona, desafia, desperta ansiedade, mas também traz liberdade e alegria. Nossa alma comunica seu anseio por mudanças através do sono, palavras dos outros, crises, amor e, claro está, de doenças. A mensagem é captada pelos receptores energéticos do chacra da garganta, mas podemos optar por ignorá-la através de desculpas incríveis, fabricadas pelo próprio intelecto:
- “Eu adoraria, mas...”
- “Não é fácil/ falar é fácil/ é difícil”
- “Ouvi o que você disse, mas você simplesmente não entende!”
- “Quando me aposentar/ quando as crianças saírem de casa/ quando tivermos mais dinheiro/ quando ganharmos na loteria”
- “Estou gorda demais/ magra demais/ ocupada demais/ pobre demais/ carente demais”
- “Sim, mas...”
Escute-se e procure tomar consciência das desculpas que você encontra (mesmo quando não as expressa) em sua tentativa de evitar mudanças; seja honesto, você quer mudar realmente ou só está falando da boca para fora? É tão fácil pedir a opinião dos outros sobre um dilema corrente ao mesmo tempo em que desejamos secretamente que ninguém apareça com uma solução que não possa ser descartada se dissermos: “Acho que você não entendeu o problema, deixe-me explicar...”
Mudança requer coragem, quer implique abandonar algo ou alguém, envolver-se em lugar de fugir, ou renunciar a sistemas de idéias antigos, paralisantes. Segundo minha experiência, 80% de todas as doenças são um despertador que a alma pôs para tocar, insistindo na mudança e, uma vez que consegue sua atenção, não vai abrir mão dela, felizmente!
Por fim, lembre-se de que não podemos alimentar esperança de ajudar os outros durante sua transformação a menos que tenhamos empreendido a viagem nós mesmos, sendo uma das desculpas mais populares para não realizarmos nossas mudanças dizer: “Se ao menos meu marido/ minha mulher/ meu sócio/ meu trabalho/ meu país, etc. mudassem, eu ficaria bem!”

MINHA VONTADE CONTRA A DOS OUTROS
O chacra da garganta é a sede de nossa vontade que, quando concentrada no objeto do desejo, é uma força poderosa, que dirige e atrai, arrastando para nós o que precisamos. Nos primeiros anos do século XX, grandes psicólogos como Freud e Jung ajudaram a dar sentido à miríade de imagens e pensamentos confusos que impregnam nossa mente noite e dia, reconfortando seus clientes, que agora poderiam dar um nome a seu comportamento. Essa tendência continuou e expandiu-se até os dias de hoje, quando surgiu, nos últimos anos, um dilúvio de métodos de controle da mente com vistas ao desenvolvimento pessoal, entre os quais afirmações, PNL e auto-hipnose.
Muitos podem dizer que há pouco mais a aprender sobre a mente e, no entanto, apesar dos avanços psicológicos, foi pequeno o impacto sobre a infelicidade de muitos nesse mundo. Será que, enquanto nos ocupávamos com o interior, esquecemos de nos lembrar de nossa ligação profunda com todos os seres vivos do planeta e que esse tipo de análise pode ser um meio de reforçar os muros protetores da mente em vez de derrubá-los?
Embora uma grande vontade pessoal seja admirável quando uma tarefa precisa ser realizada, também pode ser uma causa de separação de todos os que amamos. Do empresário empolgado com a possibilidade de ter sucesso, passando pela mãe ou pai determinado a dar ao filho a vida que nunca teve e ao adolescente cuja natureza rebelde revela uma vontade férrea, todos têm êxito, mas a que preço? Onde está o divertimento, a espontaneidade, a flexibilidade e o amor? Quando uma motivação profunda está em jogo, até essas dimensões da vida se transformam num negócio a ser administrado!
E o que cria a necessidade de ser voluntarioso, teimoso ou determinado? Talvez seja provar um ponto de vista ou controlar um mundo onde tudo parece caótico e ameaçador. Minha opinião é que aqueles que sentem a necessidade de ser independentes e se sustentar por vontade própria vêm de uma situação de insegurança no chacra da base, onde aprenderam desde cedo que não era possível confiar nos outros e onde “a vontade dos outros” representa opressão, medo ou juízo de valor. Ao canalizar seu impulso criativo para o chacra da garganta e colocá-lo sob o controle da mente, podem dirigir sua vida de um lugar distante, mas seguro. Esses indivíduos costumam ser extremamente intuitivos, recebendo estímulos de todos os sentidos e analisando as informações antes de assumir o risco de falar ou agir.
Uma frase que usam muito é: “Quero entender tudo antes de ir em frente”, que significa realmente “Quero 100% de garantia de que não vou correr riscos/entender mal/ fracassar, ou que me façam sentir-me responsável”. Essas preocupações com insegurança, auto-estima baixa e falta de confiança, estão relacionadas aos chacras inferiores. Como indivíduos, em geral têm uma longa lista de perguntas que precisam ser respondidas antes de se sentirem preparados para se comprometer com qualquer coisa mais profunda. Muitas de suas perguntas são tão abstratas que é impossível dar garantias, o que aumenta a ansiedade e a prudência.
Mesmo mentindo para conquistar sua confiança, o amor é a única resposta para reequilibrar a situação, porque apresenta uma perspectiva diferente da imagem que têm da “vontade dos outros” e aponta que seus sentimentos e idéias serão ouvidos com simpatia. O progresso costuma ser lento, pois sua natureza profundamente desconfiada e mente extremamente analítica relutam em abrir mão do controle e aceitar a mão que lhes foi oferecida.  Uma das sugestões mais irritantes que você pode dar a alguém com desequilíbrio no chacra da garganta é: “Desista!” Isso os deixa fora de si, pois imediatamente ficam tensos, pensando na melhor maneira de desistir.
Ao nos submetermos a uma autoridade superior, à vontade “Dele”, não nos perdemos, ganhamos mais força e liberdade de viver a vida que escolhemos. Essa disposição em abrir mão do controle é exemplificada durante as refeições, onde podemos manter porções na boca pelo tempo que desejarmos, mastigando os prós e os contras. Mas chega um momento em que precisamos engolir e nunca mais ver aquela comida enquanto as fezes não aparecerem na outra ponta. Esse processo físico mostra que quando temos a coragem de renunciar, recebemos nutrição, energia, renovação e tudo o que precisamos fazer é saborear a comida.
Por fim, uma maneira de usar energicamente uma vontade firme para promover a autovalorização é o processo de “tentar”, quando se acredita que “tentando só mais um pouquinho” se terá mais êxito/mais amor/mais respeito, etc. Infelizmente, uma crença dessas só deriva de uma fantasia profunda do tipo “não sou grande coisa”, que arrasta as pessoas até elas desmoronarem exaustas, perguntando onde foi que erraram: “Tentei de tudo e ainda me sinto vazio”.
Felizmente, a essa altura, têm a coragem de parar e refletir sobre sua vida, permitindo que o tempo alimente a mente e o corpo exaustos, e perceber que, embora tenham corrido em círculos tentando se encontrar, aquilo que estavam procurando esperava pacientemente em seu coração, sem exigir nada deles, exceto que voltassem para casa.
Christine Page, em “Anatomia da Cura”, pags. 236 a 241


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